A partir de 2017, o mar de Ross, na Antártica, será a maior reserva marinha do mundo. A área de proteção foi definida num acordo feito no final de outubro de 2016, entre representantes de 24 países e da União Europeia. Com mais de um milhão e meio de quilômetros quadrados, tamanho equivalente ao Alasca, a região é considerado um dos únicos ecossistemas marinhos intactos do planeta.
A reserva entra em vigor apenas em dezembro de 2017, e passa a valer como área de proteção ambiental por 35 anos. O acordo - feito entre países membros da Convenção para a Conservação dos Recursos Vivos Marinhos da Antártida (CCRVMA) -, proíbe a pesca comercial em 72% dessa região. Nas demais áreas, a atividade será monitorada e terá limitações.
Países como os Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia tentam há alguns anos a implementação do santuário ecológico, mas esbarram em questões diplomáticas envolvendo, principalmente, a Rússia e a China. Por isso, o tratado é visto como uma vitória pelos membros da CCRVMA.
O Mar de Ross é um dos ecossistemas mais intactos do mundo. A região da Antártica é famosa por abrigar uma das maiores diversidades de focas, peixes e baleias, além de reunir quase um terço da população de pinguins de Adélia e pinguins imperadores do planeta.
A nova reserva ultrapassa em tamanho o Monumento Nacional Marinho Papahanaumokuakea, no Havaí, que tem cerca de 1,5 milhão de quilômetros quadrados. Curiosamente, a área de proteção havaiana foi assinada também em 2016 pelo presidente americano Barack Obama.
Além do Brasil, os outros países que assinaram o tratado da Antártica foram Argentina, Austrália, Bélgica, Bulgária, Canadá, Chile, China, Ilhas Cook, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Índia, Itália, Japão, Coreia do Sul, Ilhas Maurício, Namíbia, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Paquistão, Panamá, Peru, Polônia, Rússia, África do Sul, Espanha, Suécia, Ucrânia, Reino Unido, Estados Unidos, Uruguai e Vanuatu.